06 junho, 2011

Dar posse ao parceiro pode ser complicado

Ainda corretora em Sampa, fui escalada para mostrar aptos. a um jornalista que acabava de retornar dos EUA, Antônio Pimenta Neves.
Não vendi pro "seu Antônio", ele desistiu de morar na vertical e optou por imóvel no chão, com limite de U$ 300 mil - e eu só trabalhava com casas acima de U$ 500 mil. A "mansão" mostrada nos noticiários é apenas um sobrado classe média.
A impressão que eu tive dele? Um homem educado mas de postura muito rígida, conservadora e autoritária. Normal para sua faixa etária e elevados cargos diretivos que ocupou na brilhante carreira jornalística.
Ao contrário da maioria, não tenho a mínima aptidão para agravar ainda mais a condição dos executores de crimes passionais. Vejo ambos os lados como vítimas. Pimenta, até então altamente bajulado no mundo das redações, passou a ser tratado pelos colegas como o monstro da vez, o Doca Street ou Lindomar Castilho do novo século.
As semelhanças entre eles: foram rejeitados de forma abrupta pelas amadas e tinham revólver à mão.
Tirante o Doca, a coisa pega também na diferença de idade. Vi amigas e irmãs terem sérios problemas com o relacionamento de posse que se estabelece, principalmente se o "velhinho" lhe proporcionou presentes ou vantagens. Deixam que eles determinem o que devem ou não vestir, onde devem ir, com quem e o que falar.
Não estou dizendo que houve interesse financeiro das parceiras, mas se deixaram "possuir" enquanto a posse lhes era agradável. Ao se tornar um fardo, querem tirá-lo das costas sem o menor tato.
Convidadas por um amigo, eu e minha irmã fomos jantar na Família Mancini, cantina in de Sampa onde costumava aparecer até o Roberto Carlos. Tamo lá, saboreando fundos de alcachofra, quando surje o "namorado-papai" da mana. Com sua voz poderosa, começou a gritar: "P.. quanto é p.... nasce p... e morre puta! ( a "puta" era alta funcionária de tribunal).
Enquanto vociferava, meu "cunhado" transpirava no frio paulista como se estivesse no deserto do Saara. Pensei que fosse ter um infarto ali mesmo.
Amor de homem maduro é fogo! É preciso dar a ele um tempo para se recompor. Ninguém aceita bem uma separação, menos ainda os machões tradicionais. Dizem os especialistas que a perda mexe com a serotonina, produzindo uma reação química que tira a normalidade psíquica por um certo tempo. Dizem também que todos temos uma fera dentro de nós.
O que falta na mídia, além de malhar o "monstro", é divulgar dicas para que mulheres saiam vivas de uma relação possessiva.
Os conselheiros amorosos poderiam elaborar um manual "antimachistaabandonado" que ensine as mulheres a não despertarem a besta adormecida.
Para poderem viver mais.

Um comentário:

  1. Que esse monstro covarde apodreça na cadeia, pois a forma como ele assassinou a jornalista Sandra Gomide, foi de uma covardia sem tamanho.
    Fred

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