07 outubro, 2010

Não é Pilatos, mas parece


Não votei na Marina Silva e nem cogitei a hipótese. Não pela candidata, é que o verdinho paulista resulta da mistura do azul com amarelo. Que Marina é valorosa, é. Mulher pra chegar à cúpula política, neste Brasilzão machista, tem que ser "homem de saia".
De frágil, na senadora, só a aparência.
A mídia relata que ela é evangélica mas nem seria preciso, os longos cabelos amarrados em coque são um indicativo quase tão óbvio quanto a burca para as muçulmanas.
Daí que, durante a campanha em que não chegou à final mas teve um desempenho louvável, Marina Silva prometeu levar a plebiscito a descriminalização das drogas e o aborto.
Peraê: esse tal de plebiscito não foi a mesma saída encontrada por Pôncio Pilatos, quando lavou as mãos e entregou Cristo ao julgamento popular? O resultado a gente já sabe.
Quer dizer que Marina Silva não é contra o aborto, desde que a decisão seja da maioria.
Democrática, sem dúvida. Mas conflitante com os preceitos evangélicos.
Ou eu sou mesmo contra o aborto, ainda que o mundo todo tenha aderido a ele, ou sou a favor.
O raciocínio é simples: Marina, como evangélica, acha que aborto é crime contra a vida. Abortar é matar.
Mas como política, se a população decidir que o aborto é "moralmente sustentável", o mesmo crime passa a ser aceitável e legalizável?
Não dá pra entender porque só a favorita das urnas, Dilma Rousseff, tem sido tão perseguida por "deduzirem" que ela seria favorável ao aborto.
Dedução igual se pode fazer em relação à ambientalista.

Des-Educação paulista

Clique na imagem para ampliar