Em entrevista à CNT, José Serra (PSDB) mostrou toda sua vocação democrática e respeito profundo à liberdade de imprensa. Melindrado com certas perguntas da jornalista Márcia Peltier, botou a Dilma no meio da conversa (novidade!), mandando que dirigissem as mesmas perguntas a ela (ouviu que assim seria feito). Por fim, comunicou que não iria mais dar entrevista. Com a habitual elegância, Peltier fez ver ao presidenciável que não teria como explicar o cancelamento da entrevista, ao que Serra respondeu: "Faz de conta que não vim".A jornalista chegou a desligar as luzes e continuou tentando domar o "touro" bravio. Missão cumprida e câmeras religadas, a equipe da CNT pode concluir o trabalho com o candidato que "dá trabalho".
Serra evita passar ao público a imagem de pessoa comum. Uísque ele não toma, nem do Paraguai nem qualquer outro, disse para Sabrina Sato, do Pânico. E escolheu depressinha o guaraná, ao ser indagado sobre sua bebida preferida.
Eu já tinha deduzido que álcool, pro Serra, nem em dia de Palmeiras campeão. Além de antitabagista furioso, abstêmio radical, pensei .
Mas um chopinho em Rio Preto, após a campanha, ele não rejeitou. Certamente pra não ser chamado (por trás, lógico, que ninguém é kamikase) de chato ou desmancha-roda.
Agora, cá pra nois: ele parece estar à vontade, não leva jeito de marinheiro de primeira viagem.
O interessante é que foi só a Dilma aparecer de pé engessado e explicar que sofreu uma torcedura ao fazer esteira, a grande imprensa já tascou que teria sido decorrência de um vinho tomado na companhia de amigos. Traduzindo: Dilma bebe a ponto de cair. Na linguagem da Hebe, Dilma é da "manguaça".
O intrigante é que já vi no Tijolaço, o saboroso site do deputado Brizola Neto, foto reproduzida de O Globo mostrando o Serra amparado por correligonários, ao subir uma escada rolante. E com o semblante daquele jeito que, no popular, é descrito como "cara de ressaca". Mas não consegui achar, nem nas entrelinhas da grande imprensa, uma só mensagem de que José Serra possa ter exagerado no chope.
Ah, que perda de tempo a minha, ficar tentando descobrir o porquê. Zé Serra "hipnotiza" os poderes que, por salário ou prestação de serviços, se "comunicam" com o governo paulista.
O homem-tucano não é mesmo, uma pessoa comum.
É alguém com extraordinários poderes.

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