04 junho, 2010

Bela, a feia: ao final, linda

Não a assisti todinha, infelizmente. Na sua hora de exibição costumo dar umas treinadas gastronômicas. Mas minha irmã me punha a par dessa adaptação de Gisele Joras, novela Record de maior sucesso entre as crianças, dizem os experts. Apontam as cores vivas e alegres como o "pirulito" que as atraiu.
A elevada audiência - 25% - foi feita também de "velhinhos", só aqui somos duas. Envolveu geral. O "patinho feio" que vira cisne é tema antigo mas sempre sedutor. Remete à fada com seu condão, fazendo a felicidade geral e dando ao mal o lugar merecido.
Acertada mesmo foi a escolha do elenco. A mexicana-brasileira Gisele Itié deve levar prêmio como melhor atriz, do contrário é marmelada. Achou até uma risada horrorosa, bem própria ao estereótipo da feia e desengonçada Bela do primeiro tempo.
Os atores - muitos deles ex-globais - esbanjaram talento. Falo aqui apenas da fada e da bruxa, Simone Spoladore - um pouco caricaturesca na sua interpretação mas deve ter agradado à petizada. O mal já é tão feio em sua essência, dar-lhe contornos mais graves pesaria demais. Talvez por isso, a vilania e o cômico estiveram de mãos dadas. A leveza da malvada Verônica combinou com seu destino: virou uma Xuxa paraguaia, adorada por los pequenitos mas nos bastidores mostra desprezo e até nojo da galerinha (o que será que as apresentadoras mirins acharam disso?).
Se houve um final melhor em novelas, lembranças em minha cuca não ficaram. Elas se despedem deixando uma sensação de que deveria ter sido diferente, de que faltou alguma coisa ou o capítulo foi gravado às pressas. Bela, não. Os personagens deram as caras, não sairam à francesa. Em dança estilo Carlitos chapliniano, os principais atores encerram a história da feia que veio embelezar a telinha dos telespectadores que, como eu, não andam curtindo nadica as maçantes novelas "campeãs"- ultimamente com cheiro de mofo e gosto de ranço.

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