29 abril, 2010

Quem são os civilizados, cara-pálida?


Abril vai se fechando e deixei passar "em branco" o Dia do Índio, 19.
Mas curti à beça, aqui de longe, a festança da comunidade indígena com o presidente dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva, na Reserva Raposa Terra do Sol, em Roraima. Embora muitos se esforcem para provar o contrário, os índios são brasileiros e até mais do que nós, se considerarmos o critério de antiguidade.
Lula me fez rir gostosamente com mais uma de suas geniais "tiradas". Papel numa das mãos e vários noutra, o presidente disse: "Esses índios não são mais bobos, não, são sabidos! Me deram um papel agradecendo e vinte pedindo."
Foi das poucas matérias do telejornalismo que fazem bem à alma, o resto é quase todo um festival de inutilidades e maldades. Até da natureza que, cansada de tanta provocação, lança sua fúria ora por terra, ora por água.
Denúncias de pedofilia e maus-tratos à infância continuam a jorrar, com requintes de perversidade não encontrados nem na literatura. Caso mais chocante e ainda repercutindo na telinha, o da procuradora de Justiça que adotou uma criança de apenas 2 anos.
Crianças precisam de amor e cuidados, apenas isto. Mas "douta e insuspeita" cidadã, tão logo obteve a guarda provisória, pôs em prática o verdadeiro objetivo que a levou a adotar: fazer da criança um saco de pancadas onde descarregar sua fúria bestial. O cenário, um elegante apartamento em zona nobre do Rio de Janeiro.
O show de horror durou um mês - um mês de tortura não é pouco, ainda mais para um bebê - , até a criança ser retirada por conselheiros tutelares, acionados por ex-empregadas da megera. Além de inchaços e hematomas confirmados pela pequena vitíma como feitos pela "mamãe", a denúncia foi robustecida por áudio onde é identificável a voz da psicopata doméstica. Psicopata travestida de "exemplar representante da Justiça".
Você, eu, meu vizinho, seu vizinho, todos temos que estar alertas e dispostos a botar a boca no trombone, a uma simples suspeita de abuso infantil. Das frases melhores que já ouvi sobre o assunto, foi da atriz e poetisa Elisa Lucinda: "Criança é assunto do Mundo".
E onde entra o índio, que tem até foto ilustrativa nesta matéria?
Segundo sei - pouco mas suficiente - , a comunidade indígena é considerada modelo em relações sociais. Uma índia toma conta de todas as crianças, não apenas dos seus filhos, enquanto as demais trabalham. Os índios não batem e se abaixam para conversar com os pequeninos. Nunca leram livros psicopedagógicos, mas sacaram que o próprio tamanho do adulto já é assustador, diante de seres em desenvolvimento. Colocam-se então no mesmo plano.
Coisa bonita!
Desconfio que, para afastar a brutalidade dos civilizados, teremos que incluir no currículo escolar a aprendizagem das técnicas indígenas - "incivilizadas".
Tem razão o presidente Lula, os índios são sabidos sim.
Pescam e caçam, suas presas não são suas crianças.